"Quem quer ser pobre, excluído, desempregado? Parecem acreditar os membros da troika que há pessoas que nascem com vocação para sofredoras e por isso cortam e recortam direitos legalmente adquiridos como se de relva se tratasse, ignorando, na sua suprema ignorância, que cada vida é um projecto único, portentoso, mil vezes mais estimado que os planos de ajustamento que estupidamente desenham em papéis os funcionários de negro.
No entanto, ninguém nasce para pobre, excluído, desempregado. A razão humana tem vindo a servir para dominar a besta que habita no seio das sociedades (próximo do poder quando a besta não é o próprio poder), regulando com objectividade e procurando o bem comum. Hoje, nestes dias decisivos, é necessário combater o monstro com forças redobradas, porque se apetrechou de ferramentas subtis e está a gerar a percepção de que se desfrutava de privilégios concedidos, não de direitos conquistados e invioláveis, consequência de séculos de pensamento e da acção dos melhores.
Querem, os contabilistas de negro que nunca geraram empregos nem beleza, desenhar um mundo de pobres, excluídos, desempregados porque milhões de pessoas não são úteis para os planos dos ricos. Não vamos permiti-lo. No mundo herdado das melhores tradições cabemos todos, cada ser humano tem um lugar e um papel a desempenhar. Por isso, alto e bom som, vamos dizê-lo no dia 1 de junho nas ruas da Europa:
Não aceitamos os planos excludentes de organismos que não elegemos;
Não queremos que gente sem rosto e sem alma nos governe;
Não permitimos que entrem nas nossas vidas;
Não têm carta branca dos cidadãos, ainda que os governos se tenham entregado;
Não os queremos nos nossos países;
Que voltem para os seus gabinetes sem janelas e sem oxigénio: nós optamos pela vida;
Não nos lixarão: dizemos, sim, Que Se lixe a Troika!"
Pilar del Río