Sou a Paula Marques, 39 anos, do Porto, filha e neta de professoras, pequena burguesa de origem, muito mais viva que morta (obrigada Zé Mário…), mas com a mostarda já ao nível da intoxicação! Sou actriz, produtora, autarca. Sou precária há exactamente 21 anos!
A Habitação, a Saúde, a Educação são direitos. A felicidade, no modelo que cada qual entender como o seu, é um direito! Não são benesses que uma qualquer administração resolveu atribuir. A Constituição da República Portuguesa não é letra morta!
Nunca vi tanta gente com olhar vazio a cruzar as ruas. Ontem pela primeira vez vi crianças com adultos, no apoio alimentar, na rua.
Não quero este país em que o trabalho, quando o há, já não chega para sobreviver.
Não quero este país onde tenho que escolher entre comer ou tomar os medicamentos, entre pagar a renda ou viver com luz e água.
Não quero este país onde as pessoas têm permanentemente de se defender do estado. Porque é desigual! Porque se eu não pagar a Segurança Social, mesmo que não tenha trabalho, os juros montam. Oh, se montam! Mas se o estado me ficar a dever… os juros estão onde?
Não quero este país em que o estado, personificado nas pessoas que constituem este governo, parte sempre do princípio de que as pessoas são vigaristas, aldrabonas ou criminosas. Não quero um país em que se vai ver se a pessoa A ou B é ou não sindicalizada! Se a pessoa A ou B tem um passado de activista.
Ninguém pode exercer a sua cidadania plena se lhe estiverem permanentemente a coarctar os direitos fundamentais. Não há cidadania e luta que resista à fome!
Fizemos alguns avanços no que toca ao respeito por diferentes ideias e vivencias, por aquilo que é diferente de nós, ou da percepção que temos de nós. Não percamos, em tão pouco tempo, o que tanto custou a construir. Não quero cortes no meu salário e muito menos que os cortes do meu salário vão engrossar os BPN desta vida.
A aprendizagem e o exercício da democracia não se fazem unicamente de 4 em 4 ou de 5 em 5 anos, nas urnas. Fazem-se nas ruas, no associativismo, no activismo, no exercício da liberdade individual. Na luta mais organizada, na luta mais inorgânica. Da convergência das várias formas de luta é que nasce a vitória.
Sou defensora do respeito pelo voto, livre e informado. Mas este governo, ainda que tenha sido eleito e tenha a legitimidade formal, deixou há muito de ter legitimidade moral, legitimidade anímica, legitimidade do povo para governar! Chega de sermos sangradxs pelos interesses económicos e financeiros nacionais e internacionais!
Salgueiro Maia disse: «…como todos sabem, há diversas modalidades de estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos».
Porque um dia um amigo/camarada/cúmplice chamado Fernando, o meu pai, me disse: «não desistas, não deixes que te roubem a vida!». Porque todos os dias uma amiga/camarada/cúmplice chamada Manuela, a minha mãe, me diz: «já chega! É que já é demais!».
Como Fernando e Manuela saíram à rua quando foi preciso, também nós saímos à rua em Março, em Abril, em Setembro, em Novembro e de novo em Março. E sairemos quantas vezes for preciso!
No dia 2 de Março, onde quer que estejas, sai à rua! Diz que já chega! Resiste!
A Habitação, a Saúde, a Educação são direitos. A felicidade, no modelo que cada qual entender como o seu, é um direito! Não são benesses que uma qualquer administração resolveu atribuir. A Constituição da República Portuguesa não é letra morta!
Nunca vi tanta gente com olhar vazio a cruzar as ruas. Ontem pela primeira vez vi crianças com adultos, no apoio alimentar, na rua.
Não quero este país em que o trabalho, quando o há, já não chega para sobreviver.
Não quero este país onde tenho que escolher entre comer ou tomar os medicamentos, entre pagar a renda ou viver com luz e água.
Não quero este país onde as pessoas têm permanentemente de se defender do estado. Porque é desigual! Porque se eu não pagar a Segurança Social, mesmo que não tenha trabalho, os juros montam. Oh, se montam! Mas se o estado me ficar a dever… os juros estão onde?
Não quero este país em que o estado, personificado nas pessoas que constituem este governo, parte sempre do princípio de que as pessoas são vigaristas, aldrabonas ou criminosas. Não quero um país em que se vai ver se a pessoa A ou B é ou não sindicalizada! Se a pessoa A ou B tem um passado de activista.
Ninguém pode exercer a sua cidadania plena se lhe estiverem permanentemente a coarctar os direitos fundamentais. Não há cidadania e luta que resista à fome!
Fizemos alguns avanços no que toca ao respeito por diferentes ideias e vivencias, por aquilo que é diferente de nós, ou da percepção que temos de nós. Não percamos, em tão pouco tempo, o que tanto custou a construir. Não quero cortes no meu salário e muito menos que os cortes do meu salário vão engrossar os BPN desta vida.
A aprendizagem e o exercício da democracia não se fazem unicamente de 4 em 4 ou de 5 em 5 anos, nas urnas. Fazem-se nas ruas, no associativismo, no activismo, no exercício da liberdade individual. Na luta mais organizada, na luta mais inorgânica. Da convergência das várias formas de luta é que nasce a vitória.
Sou defensora do respeito pelo voto, livre e informado. Mas este governo, ainda que tenha sido eleito e tenha a legitimidade formal, deixou há muito de ter legitimidade moral, legitimidade anímica, legitimidade do povo para governar! Chega de sermos sangradxs pelos interesses económicos e financeiros nacionais e internacionais!
Salgueiro Maia disse: «…como todos sabem, há diversas modalidades de estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos».
Porque um dia um amigo/camarada/cúmplice chamado Fernando, o meu pai, me disse: «não desistas, não deixes que te roubem a vida!». Porque todos os dias uma amiga/camarada/cúmplice chamada Manuela, a minha mãe, me diz: «já chega! É que já é demais!».
Como Fernando e Manuela saíram à rua quando foi preciso, também nós saímos à rua em Março, em Abril, em Setembro, em Novembro e de novo em Março. E sairemos quantas vezes for preciso!
No dia 2 de Março, onde quer que estejas, sai à rua! Diz que já chega! Resiste!