Liberdade
Esta gente cujo rostoÀs vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
De um tempo justo
SOPHIA DE MELLO BREYNER
É para libertar este país do jugo da fome, é para libertar esta gente ignorada e pisada, humilhada e calcada, é para reencontrar um país liberto que no dia 26 saio à rua.
Que se Lixe a Troika! Não há becos sem saída!
Paula Cabeçadas