Esta manifestação é uma forte crítica à falta de controlo que temos internamente sobre a nossa economia e sobretudo sobre a nossa gestão. Como filho e neto de metalúrgicos da seriedade, de mestres de obra de humildade, de professores e professoras da liberdade, como humano em constante missão humanitária.. contribuo quotidianamente para tentar garan
tir que temos mais justiça neste mundo.. e foi por isso que em poucos segundos assinei este manifesto e fiquei lado a lado com todos os portugueses e portuguesas que exigem uma vida mais digna, um presente mais humano e um futuro mais sustentável. Todos os dias suamos nos nossos trabalhos para alimentar as máquinas que no final do mês nos pagam, máquinas que são controladas por mais máquinas, avaliadas por outras máquinas e auditadas por calculadoras (mais ou menos humanas) que nos dizem quanta gente se tem de despedir para aumentar o lucro da crise.. Quem é esta Troika que manda em nós? Quanta gente desta Troika já trabalhou numa linha de montagem, ou cultivou um campo, ou fez um poema a falar de amor? Que gente é esta? que medidas são estas? que medidas são estas que são tomadas por entidades que se baseiam em números, em tabelas, e não conhecem a realidade, as vivências, as dificuldades de quem está dentro de um sistema que continuamente é cego em relação às questões sociais ou humanas. Estamos todos os dias prontos e prontas para participar, para exigir tanto como exigem de nós, porque somos um coro de vontades numa maré imparável de esperanças. Queremos contribuir. Queremos participar nesta cidadania, mas que toda esta participação e esta contribuição seja justa, tenha uma base de igualdade e que nós, democraticamente sejamos donos e donas deste país e de todo o potencial que ele tem e que não é explorado.
A participação massiva só acontecerá se de facto as pessoas se sentirem afectadas.. por esta amálgama de afectos..
Dia 15 de Setembro só podemos ter o que quisermos ser. Somos cidadãos e cidadãs humanamente dispostos a lutar pela justiça, a lutar pela igualdade e a defender os interesses de todo este Portugal.
BRUNO G. M. NETO, Coordenador Incidência Política e Desenvolvimento Comunitário Médicos del Mundo