terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Texto de Margarita Correia

Em 1900, Portugal era o país da Europa com maior taxa de analfabetismo e assim, vergonhosamente, chegámos a 1974.
Na primeira década deste século, começámos a saborear os primeiros frutos de Abril na educação. A taxa de analfabetismo caiu drasticamente e obtivemos, em 2009, nos testes do PISA, resultados que pela primeira vez nos colocaram na média europeia e nos fizeram acreditar que é possível acabar com o ancestral atraso educativo de Portugal. Temos hoje a maior taxa de pessoas com instrução superior da nossa longa história. Na ciência, fruto de um programa articulado, pudemos ter desenvolvimento científico de nível internacional e ver cientistas portugueses entre os melhores do mundo nas suas áreas. Com tudo isto reforçámos o nosso amor-próprio enquanto povo e criámos as bases para o desenvolvimento futuro.
A que assistimos hoje?
À ascensão de uma classe política revanchista e ignorante, ao ponto de ter orgulho da própria ignorância que, despudoradamente, nos vende ao desbarato e destrói tudo à sua passagem sob pretexto de uma pretensa racionalização financeira. Uma classe cuja motivação é meramente sustentada num egoísmo mesquinho: só impedindo o acesso de todos à educação, o chico-esperto garante o seu poder e a sua sobrevivência.
Porque me recuso a assistir impávida à destruição do meu país e do seu futuro, estarei presente no dia 2 de Março e espero que um mar de gente inunde as nossas cidades e limpe o país, devolvendo-lhe a dignidade.