O medo faz parte da minha vida.
Desde pequena que a falta de liberdade me assusta. O não ter espaço para a minha voz e para os meus movimentos. O medo do escuro no preconceito, na desilusão, na falta de harmonia. Na solidão. São medos que, com o tempo, tenho vindo a aceitar como condição para viver esta vida.
Mas ter medo do estado é coisa pouco bonita. É coisa feia. E é coisa que veio ocupar espaço a mais no meu lado negro, como uma inevitabilidade. É o que agora sinto. Não como menina pequenina mas como mulher que sonhou com uma vida aqui, onde há história dos meus pais, dos meus avós e dos meus amigos.
O medo que a bondade e a justiça não existam de todo e que a crueldade, a frieza e os números ditem os afazeres no meu país. O fazer desfazer. O desfazer pessoas.
Tenho medo que a tristeza nos assole de vez. Que as vozes esmoreçam por falta de forças. Que os movimentos se toldem por amarras perversas. Que nos isolemos e que o amor não chegue.
Que estado é este? Um vento forte que derruba as árvores e as casas, de Norte a Sul, que não pede licença e leva as sementes para fora dos campos? Que põe montanhas fora dos seus lugares e que tapa as vistas com destroços? Que estado é este? Para onde é que vai tão apressado? O que restará? E parece tão perdido. Vazio.
Este estado não me representa. Não me representa como cidadã e pessoa. Não tem o meu orgulho nem compreensão. Este estado envergonha-me porque os seus valores não se encontram com os meus. Este estado que se desculpa com o estado a que as coisas chegaram. O estado dos bons meninos cumpridores que eu não consigo desculpar.
O que me ilumina é saber que somos muitos. É perceber que a dor que, deste lado sentimos, é sentida na pele e não num papel. É real. Faz mossa e entristece. E isso faz com que se cante, que a voz soe e que os movimentos se libertem. Calar o medo. Calar o medo. Calar o medo.
Desde pequena que a falta de liberdade me assusta. O não ter espaço para a minha voz e para os meus movimentos. O medo do escuro no preconceito, na desilusão, na falta de harmonia. Na solidão. São medos que, com o tempo, tenho vindo a aceitar como condição para viver esta vida.
Mas ter medo do estado é coisa pouco bonita. É coisa feia. E é coisa que veio ocupar espaço a mais no meu lado negro, como uma inevitabilidade. É o que agora sinto. Não como menina pequenina mas como mulher que sonhou com uma vida aqui, onde há história dos meus pais, dos meus avós e dos meus amigos.
O medo que a bondade e a justiça não existam de todo e que a crueldade, a frieza e os números ditem os afazeres no meu país. O fazer desfazer. O desfazer pessoas.
Tenho medo que a tristeza nos assole de vez. Que as vozes esmoreçam por falta de forças. Que os movimentos se toldem por amarras perversas. Que nos isolemos e que o amor não chegue.
Que estado é este? Um vento forte que derruba as árvores e as casas, de Norte a Sul, que não pede licença e leva as sementes para fora dos campos? Que põe montanhas fora dos seus lugares e que tapa as vistas com destroços? Que estado é este? Para onde é que vai tão apressado? O que restará? E parece tão perdido. Vazio.
Este estado não me representa. Não me representa como cidadã e pessoa. Não tem o meu orgulho nem compreensão. Este estado envergonha-me porque os seus valores não se encontram com os meus. Este estado que se desculpa com o estado a que as coisas chegaram. O estado dos bons meninos cumpridores que eu não consigo desculpar.
O que me ilumina é saber que somos muitos. É perceber que a dor que, deste lado sentimos, é sentida na pele e não num papel. É real. Faz mossa e entristece. E isso faz com que se cante, que a voz soe e que os movimentos se libertem. Calar o medo. Calar o medo. Calar o medo.